O CAMINHO PARA O LAR




(N.E.) Aqui é que começa a parte dois; do livro Coração e Aura. no entanto tratei do assunto dos “Dois lilas mais elevados”; pois considerei esse um tanto delicado; e sendo um capítulo grande, eu teria que editá-lo em uma só parte para melhor entendimento. como o fiz e está abaixo. O título do capítulo é o mesmo da postagem

ILUSÃO, DIVINDADE E O VERDADEIRO DEVOTO

PERGUNTA: Maharaja, o que é pior, um devoto decair e se desconectar ou se tornar um sahajiya?
SRILA GURU MAHARAJA: Quem é melhor, um pobre ou um ladrão? Um tinha dinheiro eo perdeu, o outro está pousando de rico, praticando o que é errado. Quem está desconectado pode ser reconectado dentro em breve; mas sahajiya significa que ora ele tinha uma verdadeira conexão com a verdade, ficou desconectado e depois escolheu um caminho errado, ora ele já se encontra na senda errada. Então, qual é a melhor posição: não conseguir a coisa verdadeira, ou conseguir a coisa errada? Qual é superior?
No Srimad-Bhagavad-Gita se menciona que em tamo-guna – a posição inferior – pensa-se que “A” é “B”. Na rajo-guna, existe dúvida se isto é real, ou aquilo é real; não se consegue determinar o que é verdadeiro. Mas pensar que “A” é “B”, e “B” é “A” - esse é o pior tipo de erro. Eles estão desorientados; sahajiya significa mal orientado. Aceitam a matéria como sendo consciência, portanto, a sua posição é mais deletéria que daqueles que nada têm, ou que perderam sua conexão com a coisa verdadeira. De modo similar, a conclusão do grupo mayavadi que pensa que “se fundir' no brahma sem forma é a meta mais elevada, é a mais perigosa porque “uma meia verdade é pior que uma mentira”.

Se du'yer madhye visayi tabu bhalo
mayavadi sanga nahi magi kona kala
(saranagati, 27.3)

A associação com aqueles que são desfrutadores dos sentidos inteiramente convictos nunca pode ser tão prejudicial ao bem-estar espiritual como seria a companhia de um impersonalista.
Se uma pessoa admite: “Não tenho dinheiro”, e outro, que realmente não tem dinheiro, mostra algum dinheiro falsificado e assevera que “isto é dinheiro”, então sua condição é pior porque está ocupado na falsificação.
Portanto tornar-se um sahajiya é pior. É estar enganado, com sua atenção capturada por, e absorvida numa concepção errônea. Uma pessoa que tinha alguma concepção durante algum tempo e se desconectou pode mais uma vez facilmente restabelecer sua conexão. Mas outrocativado por uma concepção errada, portanto é mais difícil convencê-lo da verdade, pois sua mente está possuída e cativada por aquele preconceito. A primeira pessoa não tem compromisso algum; o compromisso que tinha se foi. Mas a segunda pessoa confundiu uma coisa pela outra. Tomou a matéria como sendo divina, e isso é pior.
[…]


… Srila Bhaktivinoda Thakura diz:

kame preme dekho bhai, laksanete bheda nai,
tabu kama “prema” nahi hoy,
tumi ta'barile kama, mithya tahe 'prema'-nama
aropile kise shubha hoy
keno mana, kamere nacao prema praya
carma-mamsamaya-kama, jada-sukha abirama,
jada-bishayete sada dhay
(kalyana kalpataru, 18-19)

“Apenas preste atenção nisto, meu irmão: os sintomas da luxúria e do amor parecem similares; ainda assim, luxúria não é amor. Mas você aceitou a luxúria em lugar do amor, e se você der o certificado de que “isto é prema”, por esse erro você engana a si mesmo. Ao confundir deste modo uma coisa pela outra, você jamais obterá nada auspicioso. A luxúria lida com a carne e sangue, mas o amor se encontra na posição mais elevada da existência espiritual”

[…]

Devemos considerar todas essas coisas. Tal dedicação é possível somente na posição mais elevada da existência espiritual, que é a área consciente totalmente espiritual, e nela não há interesse algum por carne e sangue – não há interesse pelo corpo.
A coisa mais hedionda acontece quando um homem faz papel de Krishna e uma mulher faz papel de Gopi e amobos se unem, e dessa maneira desfrutam. Pensar que isso é aquilo... tal é impossível. Qualquer homem de bem normal odiará isso. Sem falar nos devotos mais elevados, até mesmo um homem de bem normal odiará tal coisa.
O caminho progressivo é mostrado no livro Sri Bhakti-rasamrita-sindhuh, 1.4.15:

adau shraddha tatah sadhu sango
'tha bhajana-kriya
tato 'nartha-nivrttih syat tato nishta rucis tatah

No ínicio, encontra-se a fé, depois surgem a associação com devotos, o ocupar-se em serviço, o purgar falhas, obter constância na devoção, o gosto firme, a emoção transcendental e o amor puro por Krishna. Estes são os passos do caminho.
E de outro ponto de vista:

[…]
[…]

Desse modo é quase impossível tornar-se um vaishnava propriamente dito. É somente por meio da graça que provém daquele nível que poderemos ir até lá; nada podemos fazer de nosso lado a não ser a completa rendição, a completa abnegação, e a completa dedicação ao interesse daquele lugar. Assim, poderemos ter esperanças de sermos conduzidos até lá.


E os sahajiyas são ridículos! Pela imitação, aqui neste plano de carne e sangue, pensam que podem conseguir isso. Eles são os piores inimigos, pois or imitarem deste modo não só eles mesmos vão para o inferno, mas também estão atraindo muitos outros para lá. Não estão conscientes dos fatos, do que é o quê. Assim obtiveram sua posição odienda na sociedade; a sociedade em geral odeia esses 'babajis'.

[…] (aqui um passatempo importante que se passa com Prabhupada Saraswati Thakura, o contarei separado, em outra oportunidade)

► O que é nossa alma? Não conseguimos perceber nem compreender o que nossa alma! Existe o mundo; nós o concebemos, nós o percebemos através de nossos sentidos, portanto, eles são superiores ao mundo. A mente recebe a experiência do mundo através de nossos sentidos, portanto, eles são superiores ao mundo. Acima da mente e dentro de nós, encontramos a faculdade de julgamento; e acima desta, a alma propriamente dita. E então, aproximando-nos de área da Superalma; através de viraja e brahmaloka, eventualemente alcançamos Vaikuntha. Existem tantas camadas a atravessar, mas seuqe conseguimos encontrar aquela que tem de atravessá-las, a nossa própria alma! Encontramo-nos longe desta concepção, numa posição desanimadora, e dizemos que a concepção mais elevada do mundo da Superalma está em nossas mãos! Isso é tolice.
Primeiro, precisamos sentir nossa prórpia alma, qual é nossa real existência e identidade na posição espiritual; depois, essa alma terá de subir mais e mais alto; atravessando cada vez mais planos valiosos, ela deve se elevar. Porém, antes ela deve sentir sua própria identidade.
Assim, os sahajiyas, os imitacionistas, devem ser considerados como inimigo. Tal como Quisling considerava (*) eles são jana-satru, o inimigo que brotou em casa, o inimigo interno. Este tipo de imitaçãoé a pior coisa. Imitação comum pode ser ruim, mas imitação da realidade superior é algo completamente repugnante e deve ser rejeitado, pois o que é Supremo está sendo explorado de modo tão baixo e mesquinho. Isso é sahajiya.
Não conseguimos perceber nossa própria alma! Essa é nossa posição. Absortos neste assunto grosseiro da exploração, não conseguimos sequer. Sabero que é nossa mente, de que substância é feita. Então como poderemos entender o que inteligência, buddhi, a faculdade de julgamento em nós; e , indo alémdesta, a alma; ou por fim o reino da Superalma? Porém vivemos neste mundo mundano que: “Possuo o Senhor de meus sonhos!”
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(*) Quisling foi um influente oficial norueguês durante a II Guerra Mundial ligado ao inimigo, para a força de ocupação nazista.

OBS: Aqui acaba este capítulo. As reticências entre colchetes, foram pontos do texto que foram pulados, para que não se demorasse mais. Afinal, quem lê realmente um artigo de Blog? quanto mais os extensos. Estamos todos propensos a apenas ler os feeds de notícias. Tudo bem...
Se alguém ler. Posso dizer que é néctar de uma verdadeira Sua Divindade.

Os dois lilas mais elevados 3


Coração e Aura – Parte 3

      Ele disse: “Vejo meu gurudeva como Guna-manjari e sob essa forma de manjari ele possui alguma representação parcial de Radharani. Mas se tento ver mais profundamente, descubro-o completamente identificado com Ela; os oito tipos de qualidades mostrados no serviço a Krishna (asta-nayika) podem ser encontrados nele. Se olho para ele com minha cabeça um pouco mais ereta, consigo ver que ele é uno com Radharani. Acharyam mam vijaniyat: conheça o Acharya como sendo Eu mesmo. Se dou mais atenção à regra escritural e tento buscar pelo significado, descubro que Radharani vem para assumir seu lugar ali, na posição de meu gurudeva”. Foi desse modo que ele viu em Bhaktivinoda Thakura a mais completa representação do culto de Sri Gauranga.
      Esta realização se expressa num poema em que ele diz que viu Svarupa Damodara Goswami em Gaura-Kishora Das Babaji, e Sri Gadadhar Pandit em Srila Bhaktivinoda Thakura. Ele escreveu: gadadhar-din dhari' payacche gaura-hari, que ele aceitou o dia do desaparecimento de Srila Bhaktivinoda Thakura como identificado com o de Sri Gadadhar Pandit. Em seu poema na conclusão de seu comentário ao Sri Chaitanya-charitamrta, ele escreveu: “Aqui, em seu Navadwip-dhama, os passatempos eternos estão acontecendo continuamente; só aqueles que têm essa visão profunda conseguem percebê-lo”.

gadhadara mitra-vara, sri svarupa damodara
sada kala gaura-krishna yaje
jagatera dekhi' klesha, dhariya bhikshuka-vesha
ahankarah krishna-nama bhaje

sri gaura icchaya dui, mahima ki kava mui,
aprakrta parisada-katha
prakata haiya seve, krishna-gaurabhima-deve
aprakasya katha yatha tatha

      Ele diz: “ É muito difícil perceber a doce vontade de Sri Gauranga, mas se conseguirmos nos elevar a esse nível, veremos que Svarupa Damodar Goswami e Sri Gadadhar Pandit estão sempre ocupados em seu serviço em Navadwip. Às vezes, isso é oculto, e outras vezes vem a superfície. Nesse plano, tudo está ocorrendo pela doce vontade de Sri Gauranga, sem qualquer restrição. Porém, agora verifico que os dois aparecem na superfície como Srila Gaura-Kishora Das Babaji e Srila Bhaktivinoda Thakura. Eu vi isto com meus prórpios olhos do serviço divino. Entretanto, isto não deve ser divulgado, nem receber publicidade em lugar algum; as pessoas rirão disso. Mas esta é a minha conclusão de todo coração”. Ele escreveu isso em seu poema de conclusão ao Sri Chaitanya-charitamrta.
      Portanto, Gadhadar Pandit foi identificado como Srila Bhaktivinoda Thakura. Essa era a visão de nosso Gurudeva, Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Thakura. Ele podia ver neles a mesma identidade. Ele considerou que o siksha-guru parampara era o que há de mais substancial. Eliminando o sahajiya-vada que dá muita importância à cobertura externa, tente olhar para dentro, e ver as coisas mais profundamente. Tente compreender as vibrações mais profundas do meio-ambiente externo, e olhe para dentro de si também. Mergulhe fundo e você encontrará o plano da mais fina vibração que lhe trará esta notícia, e verá essa verdade.

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Todas as glória são para Sri Param-guru: Fundador Acharya do Sri Chaitanya Saraswat Math, Sua Divina Graça Sri Srimad Bhakti Rakshak Sridhar Dev-Goswami Maharaja.

Os dois lilas mais elevados 2


     Gadadhar Das representa a áurea de Radharani, mas Gadadhar Pandit representa o humor dEla, a natureza dEla – Seu coração. É como se Mahaprabhu tivesse retirado a alma de Gadadhar Pandit, e o corpo ainda estivesse de pé! Esta é a posição de Gadadhar Pandit; ele está completamente vazio e seguindo Mahaprabhu. Ele não é pleno em si. Aquele algo, a coisa mais importante, seu coração, foi tomado por Mahaprabhu, portanto ele não tem outra alternativa a não ser seguí-lo. Ele está totalmente entregue a Mahaprabhu. A posição de Gadadhar, o papel que ele atuava, era semelhante ao de Radharani, com Seu coração roubado por Krishna, o corpo esvaziado, mantendo-se ainda de pé. Radha-bhava-dyuti-subalitam naumi Krishna-svarupam: Ele estava plenamente absorto na concepção de Sri Gauranga. Gauranga havia tomado tudo dele, assim, ele não tinha alternativa; estava completamente absorto, totalmente capturado por Ele.
     Verificamos que sua atividade foi assim durante toda sua vida. Alguns dos demais devotos receberam a ordem de ir para Vrindavan, outros ganharam a permissão para ir até lá, mas, embora Gadadhar Pandit desejasse muito visitar Vrindavan com o próprio Mahaprabhu, isso lhe foi negado: “Não, você não irá”. Quando Jagadananda Pandit pediu para ir até lá, Mahaprabhu, hesitando, deu-lhe permissão: “Sim, vá até lá, porém aja sempre sob a orientação de Rupa e Sanatana”. Ele também lhe deu algumas instruções pessoais: “Faça isto e isso e não faça aquilo”. Mas Gadadhar Pandit não teve permissão de ir até lá.
     Ele era a representação da própria Srimati Radharani, contudo sua posição peculiar era esta: ele era a Rainha de Vrindavan agora transferida para Navadwip. Sua posição havia se tornado exatamente o oposto; ele não podia entrar em Vrindavan! Ele orou pela permissão, porém Mahaprabhu não deu. Disse: “Não, fique aqui e viva aqui”. E ele teve de obedecer. Sri Gadadhar Pandit representa a metade predominada do Todo. O Todo consiste das metades predominante e predominada, e ele representa a metade predominada. Ele é metade da Verdade Absoluta.
     Nos ensinamentos de Srila Bhaktivinoda Thakur, cuja pregação foi inspirada por Sri Gadadhar Pandit e Sriman Mahaprabhu, também encontramos toda substância que está presente naquele plano de vibração.
     Estas duas personalidades, Sri Gadadhar Pandit e Srila Bhaktivinoda Thakur, são nossos grandes Gurus, nossos guias, e ao oferecermos nossa adoração a eles podemos semear a semente de nosso próprio benefício. Pela Graça desse grande Guru-Maharaj Bhakti Siddhanta Saraswati Goswami Prabhupada, fomos capazes de compreender isso.
     E Bhaktivinoda Thakur, embora tenha em geral sua posição própria, conforme compreendido a partir da considerção do díscipulo, Prabhupada Bhakti Siddhanta Saraswati Thakur viu Srimati Radharani nele: uma visão 'relativa'. Certa vez, ele disse que Radharani representa a plena encenação de asta-nayika, as oito características da heroína; vemos que elas estão todas perfeitamente representadas nEla. Em outro lugares poderemos encontrar uma representação parcial delas, porém as encontramos plenamente manifestas apenas nEla.

Os dois lilas mais elevados



CORAÇÃO E AURA – Parte 1

     ...A educação adequada deve ser védica, ou seja, o padrão deve ser obtido de fora desta área de maya, dessa compreensão equivocada; deve ser obtido da região perfeita através do veda, a verdade revelada.
     Devemos aceitar a verdade revelada e darmos adeus ao conhecimento dito científico e a outros tipos de percepção, todos errôneos e baseados numa experiência e informações falsas. “Isto pertence a mim; isso pertence a ele; aquilo pertence a eles”. Esse tipo de avaliação é totalmente falsa.
     Então, precisamos ser curados, temos de conseguir a cura integral desta mania, deste conceito equivocado. E não só devemos nos curar deste conceito equivocado, de compreender erroneamente as ondas externas, mas também obter uma posição positiva, aprender a entender a onda a vibração de Goloka. Goloka é o plano mais universal, mais fundamental, e se pudermos nos harmonizar com esse plano, seremos guiados a Vrindavan, ou Navadwip, e então veremos as coisas tal como elas são.
     Alguns se sentem mais atraídos pelo Krishna-lila, outros mais por Navadwip-lila, e outros ainda possuem inclinação a se acomodarem em ambos locais. Em Krishna-lila também alguns são atraídos ao campo de Radharani, outros ao campo de Krishna e outros se mantém na posição mediana. Encontramos esse tipo de divisão administrada por yoga-maya pois é necessário para o lila.
     Então, no plano mais elevado, encontramos dois tipos de passatempos, Krishna-lila e Gaura-lila, e eles tem o mesmo valor. Num, temos a transação dentro de um campo 'limitado' e no outro temos a transação adicionada de uma tendência a distribuí-la aos outros. Mas ambos tem o mesmo valor. Aquilo que está sendo distribuído e aquilo que está sendo desfrutado equivalem em êxtase, em doçura, em amor e em beleza. Uns são mais atraídos a um dos lilas, e outros pelo outro.
     No Gaura-lila, Gadadhar Pandit, está segurando o leme, tudo pertence a ele; e ainda assim, ele tem de admitir que está destituído, que Gauranga tomou tudo! Ele se dedica exaustivamente a Gauranga. Portanto Srila Kaviraja Goswami diz: teho lakshmi-rupa, tara sama keha nai, que Sri Gadadhar representa a principal potência de Gauranga, e ninguém se compara a ele. Essa é a conclusão de Srila Kaviraja Goswami sobre Sri Gadadhar. Ele é gaura-prema-maya, a encarnação do amor de Sri Gaura.

Continuará!

Do Material ao Transcendental Através do Guru


Ficamos muito tristes ao vermos a situação deste mundo. Por toda parte, as pessoas estão discutindo, brigando e realizando tantas coisas, e com que finalidade? Não pensem nisso. Nesta era de Kali-yuga a vida é incerta e curta. Não obtemos uma vida longa. Talvez ela dure cem anos, mas isso não é nada diante do tempo infinito. Nascemos na Índia. Na verdade a Índia é conhecida como Bharata Varsha, o local onde antigamente todos praticavam a religiosidade; mas, hoje em dia, fazem-no com muita hesitação. A ciência nos presenteou com dois tipos de situação. Ela nos deu tantas coisas boas, mas em meio às descobertas científicas também percebemos tantas coisas ruins. Foram inventadas bombas e outras coisas, eu não sei porque estão tentando descobrir tantas coisas. Se apenas pudessem realizar que, um dia, todo este mundo material chegará ao fim… e mais uma vez, recomeçará a Criação.
[…]
Precisamos promover a nós mesmos do mundo material para o mundo transcendental. Esse deve ser o nosso programa. Podemos buscar ajuda da ciência, da filosofia, de tudo, mas sem nos esquecermos de pensar em nossa vida espiritual. Aqueles que se esforçam por compreender a vida espiritual sofrem muito com a situação do mundo material. O correto é pensarmos exclusivamente a respeito de nossa vida espiritual. Pode ser que obtenhamos muita ajuda da ciência, mas esse não é o verdadeiro caminho da busca.
Seremos beneficiados se tentarmos procurar pelo conhecimento sobre o mundo espiritual que descende até nós através do Guru parampara. Sem dúvida, nos esforçamos nessa direção e com ajuda da ciência. Mas atualmente , a era de Kali está perturbando nossas mentes, nossa vida de praticantes; de muitas maneiras, está nos perturbando. Krishna disse que isso aconteceria em nossas vidas. Não fiquem frustados. Devem pensar no Senhor e receberão a força de Sua Divina Graça. Busquem por boa associação e com essa ajuda vocês tentarão e então obterão algum indício, uma conexão com a morada transcendental. Se tentarem buscar por Krishna com boa associação, nessa busca, alcançarão a terra original do servir. A influência de Kali está perturbando a todos. Contudo, ela é temporária, o que nos traz esperança. Nos perturbará por curto período, e novamente o sol surgirá na vida. O sol surgirá na vida. Mas, no presente, estamos muito perturbados de ver a desavença neste mundo. Krishna nos deu Seu seva e oramos por isso. Que mais posso dizer.
- Por Sua Divina Graça Srila B. S. Govinda Dev-Goswami Mahaja – Do livro Atado pelo Afeto.

LIÇÕES SOBRE DOAÇÃO


      Srila Guru Maharaja explicou várias vezes que a riqueza destina-se a Narayana, as mulheres destinam-se a Krishna, e a fama ao Gurudeva. Há um provérbio em Bengali: guru gana sire punah sobha paya sata guna – qualquer fama que me tocar, brilhará de forma exaltada e gloriosa se a transferir imediatamente aos pés de lótus de meu Guru, sendo que eu também estarei dentro de seus raios. Por isso devemos sempre nos oferecer a nosso Guru; e natureza do Guru o faz remeter tudo imediatamente aos pés de lótus de seu Guru, e desse modo tudo alcança Krishna rapidamente através da linha preceptorial

       É dito em lógica sânscrita “satapatra vedhah, nyaya,”. Quando passamos uma agulha por uma pilha de cem folhas, ela atravessa as folhas uma a uma sem dúvida, mas parece ser instantâneo. Ainda que exista diferença de tempo no penetrar de cada folhas, está diferença é praticamente insignificante. Similarmente, quando recebemos alguma fama – ou seja o que for – e a oferecemos aos receptores apropriados, está irá até Krishna praticamente intantaneamente através da linha de sucessão discipular. “Receptores apropriados significa que as mulheres vão para Krishna, a riqueza é para Narayana, e a fama é ao Gurudeva. Num sentido supremo, o Guru é Radharani; ao dar fama ao Guru, esta vai, rapidamente e pelo processo de satapatra vedhah – nyaya , diretamente a Srimati Radharani.

[…]

       Portanto, devemos tentar satisfazer nosso Gurudeva – este é o único caminho. Mas o Guru tem que ser genuíno, e deve estar sempre oferecendo reverências ao seu Guru. Só existe uma qualificação principal: quem for cem por cento dedicado ao seu Guru pode se tornar Guru. As outras qualificações são menos importantes, como as sessenta e quatro atividades da vida prática...

[…]

      A verdade é que não podemos satisfazer a Krishna com nossa própria energia – Ele se satisfaz Consigo mesmo e com Sua própria parafernália. Ele só sente uma pequena deficiência : Precisa de servos para servir Seus servos. Ele está ansioso apenas para satisfazer essa única necessidade.

[…]

      Todas as nossa ações devem ser sinceras, o que nos ajudará a nos salvaguardar. Temos que ser sinceros. As qualificações necessária para receber conhecimento transcendental são a sinceridade, a humildade, e a tolerância. Podemos conseguir tudo com sinceridade; é preciso ser realmente sincero, senão os resultados não virão. Existe uma analogia de que é necessário um bom aço para fazer uma arma, do mesmo modo, é necessária verdadeira sinceridade para fazer um devoto. Sinceridade é o aço do devoto. Devemos nos entregar com toda sinceridade . Também é preciso que adotemos as qualidades da humildade, da tolerância, e de oferecer honras aos outros

[…].

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Parte do capítulo: Lições sobre doação – por Sua Divina Graça Srila B.S. Govinda Dev-Goswami Maharaja (do livro: A Dignidade do Servo Divino)