O Bhagavad- Gita Subjetivo
… A posição de Krishna é absoluta. E Ele desfruta mais da posição daqueles que podem contrariar tudo por Ele. E Ele inspira seus devotos, internamente, com essa mensagem: “Externamente você tem que cumprir as demandas sociais e escriturais. Mas, Minha posição está acima de que quer que lhe mande fazer as leis sociais e escriturais. Eu estou acima dos Vedas e tudo mais. Os Vedas são Minhas instruções para as pessoas em geral. Suas instruções destinam-se aqueles que estão desviados de Mim. A sociedade também está sob a orientação dessas instruções, que foram dados aos decaídos. Mas, Minha conexão com tudo é intrínseca. Independente das leis da escritura e da sociedade. Não preciso do reconhecimento de ninguém. Minha conexão com tudo é a constante de todas as equações. Nunca pode evitada. Dessa forma você deve negligenciar todas as exigências de suas prévias conexões de vida e vir a Mim. Você não está livre para fazer outra coisa. Quando sua natureza devocional surgir e exigir que você venha a Mim, você não estará livre. Seu coração terá que vir em Minha direção.”
Isto é upapati, devoção de amante. A devoção de Vrindavana, vrindavana bhajana, significa devoção de amante: yena mam upayanti te. Então, Krishna diz aqui que àqueles que são ramanti, que sente inclinados a entrar numa conexão conjugal com Ele do tipo marido-mulher, Ele concede algum tipo especial de sentimento e inspiração, dentro de seus corações, e deverão vir a Ele como upapati, como amantes. Neste ponto, Krishna está, de fato, dizendo: “Está devoção de amante é tão magnífica que contraria as regras tanto sociais quanto escriturais. Independente de tudo. Conexão a Mim é independente de tudo o que você possa conceber. É muito natural e inata. Não requer nenhuma aprovação escritural ou social. Você pode viver na sociedade mostrando respeito formal pelas convenções sociais e escriturais, mas no âmago de teu coração você é Meu-Minha. Isto é yena mam upayanti te, a instrução especial ou natureza, ou intuição, que Eu dou a estes devotos.”
Em outras palavras, estas pessoas devotas não pernitem que um segundo esposo, ou pati, se interponha entre elas e Krishna. Não podem tolerar a intromissão de qualquer outra coisa, mesmo que envolva leis sociais ou regulamentação escritural. Sua posição é tão elevada que todos os Vedas buscam por esta ideia, está posição divina.
“Ainda que a mais exaltada devoção das gopis é, apenas, insinuada nos Vedas, eu posso agora compreender sua mais exaltada posição. Ó, quando deverei nascer como uma plantinha de Vrindavana para poder tomar a poeira dos pés de lótus das gopis sobre minha cabeça? Essas grandes almas abandonaram sociedade, amizade, amor, seus parentes e até mesmo os princípios Védicos, para abrigar-se nos sagrados pés de lótus de Krishna.”
Aqui, deve-se mencionar uma coisa: parakiya-bhava tem aplicação mais ampla. Não significa, apenas devoção de amantes. Este sentimento de contrariar regras sociais e escriturais por uma relação “proibida” encontra-se não apenas em madhurya-rasa ou relação conjugal. Parakiya, literalmente, significa “pertencendo ao outro”. Vatsalya-rasa, o afeto paternal, e sakhya-rasa, amizade também estão infundidos com os sentimentos de parakiya . Este é o método de amor para aqueles que seguem o raga-marga.
No caso de Yashoda, parakiya toma a seguinte forma: Yashoda diz, “Algumas pessoas afirma que Krishna não é meu filho. Dizem que é filho de Devaki”. Esse sentimento reforça o afeto de seu coração com relação a Krishna, porque então ela pensa, “Eu poderia perdê-lO a qualquer momento”. Essa ideia produz um afeto mais intenso por Krishna.
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Mas em madhura-rasa, tem-se que contrariar as diretirzes dos Veda e da sociedade. Tem-se que ir contra estas autoridades, como se aceitasse o risco de pecar. Esta é a característica especial de parakiya em madhura-rasa, onde a intensidade da devoção alcança a condição suprema. Desta forma a inspiração em relação a parakiya (yena mam upayanti te) que Krishna discute aqui, em referência especial àqueles que são ramanti – que estão concectados a Ele numa relação conjugal - encontra-se presente, também, em todos os outros servos de Vrindavana.
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