DEZ MINUTOS DE SRILA SRIDHAR MAHARAJA - Darshan Especial
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Assim, o verdadeiro serviço a Krishna é pregação (sankirtana)
e não o contar em contas (japa). Mas, porque assumimos um
voto, como é ordenado por Mahaprabhu e por nosso Gurudeva,
devemos cantar o Santo Nome contando nas contas; é nosso
dever. Nosso Guru Maharaj nos disse, “As contas de japa não
devem jejuar”. Assim, se nos ocupamos em trabalho de pregação,
não deve haver dúvida de que estamos realmente obedecendo
à ordem de Mahaprabhu. Embora ele tenha aconselhado
a cantar cem mil Nomes, ou sessenta-e-quatro voltas por dia,
esta é uma afirmação circunstancial. O que é de fato completamente
importante é o espírito de serviço. Nunca ouvimos que as
gopis sempre contam o Nome em contas de tulasi, todavia elas
detêm a posição mais elevada no serviço a Krishna em Vrindavana.
TREM EXPRESSO DE VRINDAVANA
Assim, o Krishna-Nama nos ajudará muito a ir rumo a Vrindavana.
Sua importância está ali. Como um trem expresso, o
Santo Nome de Krishna nos carrega à meta sem parar em qualquer
outra estação. Se cantamos o Nome sem qualquer pedido
formal, sem pedir: “Dê-me isto ou dê-me aquilo”, ele age como
um trem especial, que vai até Vrindavana, sem paradas. Lá, as
impurezas de karma e jñana estão ausentes. Os devotos de
Vrindavana simplesmente pensam: “Quero Krishna. Não sei o que
é bom ou mau. Apenas quero Krishna”.
Estudante: Quantas voltas seu Guru Maharaj pediu que
seus discípulos iniciados cantassem diariamente? Ele prescrevia
algum número?
Srila Sridhar Maharaja: Sua recomendação geral era que
cantássemos vinte-e-cinco mil Nomes, dezesseis voltas diariamente,
ou ao menos quatro. Quando alguém não tinha trabalho,
poderia cantar cem mil Nomes, ou sessenta e quatro voltas.
Estudante: Bhaktisidhanta Saraswati Thakur iniciaria em
harinama alguém que pudesse cantar só quatro voltas ao dia?
QUALIDADE, NÃO QUANTIDADE
Srila Sridhar Maharaja: Não havia tal consideração.
Formalmente, uma pessoa tinha de executar algum número de
voltas, mas não havia limitação rígida. O que ele esperava de
nós era uma ocupação intensa no serviço ao Senhor, sob a orientação de um Vaishnava, porque o ponto todo-importante
é o serviço. Nossa conquista da meta não é assegurada simplesmente por aumentar o número de vezes que repetimos o Nome; somente aumentando a qualidade alcançaremos o sucesso.
Existem várias afirmativas nas escrituras que encorajam, em
diferentes maneiras, a nossa realização do Santo Nome. Mas
Srila Rupa Goswami nos deu um pensamento central. Ele cita
o Padma Purana: Nossos sentidos, físicos ou mentais, são inelegíveis para entrar em contato com o transcendental. O Nome é não material (aprakrita), sem limitação mundana (vaikuntha).
Pertence a outro plano. Assim, nada sobre Krishna –Seu Nome,
forma, qualidades ou passatempos– pode ser tocado pelos nossos
sentidos físicos ou mentais. Mas quando temos uma atitude de
serviço, ele desce até nós por Sua própria conta.
Somente então a nossa língua pode pronunciar o Nome de Krishna.
Caso contrário, somente se produz o som físico das letras do Nome.
Nossa língua, nossas mãos, o som físico, todas essas coisas
mundanas não podem entrar em contato com Krishna. Algum
meio interveniente é necessário para conectar este corpo com
o supramundano. E essa conexão está em nosso desejo intenso
de servir a Krishna, de satisfazê-lO. Uma lâmpada não iluminará
se não houver eletricidade. A lâmpada se acenderá somente
quando a corrente elétrica estiver presente. Assim, o Nome
pode aparecer na língua e no ouvido, na mente, na escrita, mas
devemos ter a conexão de Vaikuntha com este plano mundano.
E esta conexão é o serviço devocional, uma atitude
funcional de serviço. Somente isso pode conectar o reino físico
com Vaikuntha e Vrindavana.
DISPARANDO MANTRAS DE FESTIM
Krishna aparecerá por Sua própria vontade. Ele descerá sobre
a língua e então a língua será capaz de cantar o Nome de Krishna.
Um revólver sem balas de verdade mas apenas de festim pode
fazer algum som, mas nenhuma bala realmente é disparada. Da
mesma forma, o canto do Nome de Krishna sem atitude de serviço
produz som, mas isto é apenas de boca.
É como disparar um revólver com balas de festim, ao invés de balas de verdade.
Nosso canto do Santo Nome de Krishna deve estar sobrecarregado
de um temperamento servil, da tendência a satisfazer Krishna.
Caso contrário, o som que produzirmos será falso. Será
apenas uma imitação, ou uma permutação. O Santo Nome não
pode ser experimentado pelos nossos sentidos. Ele é supramental
e transcendental.
O som ordinário deste mundo mundano não pode ser o
Nome de Krishna. Nosso ouvido não
pode mesmo ouvir o Nome se esse mediador, a atitude de
serviço, não estiver presente. A ansiedade por satisfazer a
vontade de Krishna tem de intermediar Krishna e o ouvido, através
da mente. Somente então o Nome de Krishna entrará em nosso
ouvido e nos revelará Sua forma, qualidades e passatempos.
O Santo Nome não é físico, é aprakrita, transcendental, supramundano.
Somente através de nossa atitude de serviço ele descerá a este mundo mundano.
Nosso Guru Maharaja dava maior ênfase ao desenvolvimento
de uma atitude de serviço. Caso contrário, tudo é falso, tudo é
imitação. E as pessoas dirão, “Oh, não existe Krishna ali! Esses
homens são hipócritas. Eles estão apenas dançando e fazendo
barulho, não estão sobrecarregados com um espírito de serviço”.
Somente através do serviço podemos entrar diretamente
em contato com Krishna. O verdadeiro ponto é praticar o processo
de alcançar o espírito de serviço, vaishnava seva. O Vaishnava
está servindo e devemos embeber dele os métodos de alcançar
esta atitude de serviço.
Sob a ordem de um devoto, devemos praticar o ato da
entrega. A abnegação e dedicação do ego são necessárias.
Receberemos de um devoto essa coisa positiva. Se for dado a
crianças caneta e papel, no início, isso não será frutífero,
portanto dá-se uma pedra para que pratiquem escrever sobre a
terra. Desse modo, no início, devemos tentar praticar como
desenvolver uma atitude de serviço, o hábito da dedicação. Esta
é nossa riqueza inata e este é nosso consolo.
Se tentamos desenvolver uma atitude de serviço, o devoto
puro nos ajudará. É dito que, se uma pessoa é mesquinha, ela
deve, pelo menos, dar alguma coisa usada em caridade a
qualquer pessoa. Diz-se a um mesquinho: “Pelo menos dê um
pouco de cinzas aos outros e faça sua mão desenvolver o hábito
de dar”. Assim, o espírito de serviço é algo elevado. Devemos
praticar dar-nos no serviço a Krishna.
Do Livro: A Busca por Sri Krishna - A Realidade O Belo. De Sua Divina Graça
Srila Bhakti Rakshak Sridhar Dev- Goswami Maharaja - Meu venerável param-guru.