O céu Consciente

     O espírito - alma, consciência - é substância original e a matéria faz parte dessa porção consciente, dessa substância consciente. A matéria não produziu consciência. Consciência é infinita, e tudo se encontra dentro desse oceano de consciência. Num local existe gelo, noutro musgo, ainda noutro ferro - todas essas concepções diferentes encontram-se dentro deste oceano. Mas consciência é a totalidade de tudo, e tudo tem seu abrigo lá. Assim como você vê porções de nuvens no céu, ou muitas partículas de poeira. Você não consegue ver o ar, mas a poeira se encontra no ar, do mesmo modo, o conceito de matéria encontrá-se lá no céu da consciência.
     É um céu - um céu consciente - e, nalgum lugar, existem porções de nuvens ou de poeira. Você não consegue ver o ar, mas a poeira se encontra no ar! Você não pode ver o céu - o éter - mas as nuvens estão no céu! Assim, a consciência encontra-se ao fundo e, dentro dela, encontramos em algum lugar a nuvem.
     Darwin e outros propuseram que o elemento consciência foi originalmente  gerado de elementos materiais, mas a minha resposta a isso é: paternalismo fóssil? Esmague esse conceito e estabeleça um infinito espiritual! Tudo é espiritual: o "conceito de fóssil" é um entre muitos conceitos existindo no plano espiritual. A consciência se encontra ao fundo de tudo, e dentro dela existem posições desenvolvidas ou gradações: bhur, bhuvar, svar, maha, jana, tapa, satya, bhramaloka - e a consciência é intensificada ao adicionar o elemento serviço. A partir do ponto em que se adiciona serviço à consciência, inicia-se uma estrutura doce. O serviço pode construir um belo capital, um belo país. Este já existe por lá. E você tem de apenas senti-lo, ingressar nele e assumir seu serviço delegado. Você pensará: "Este é meu lar! Esta é a capacidade ou a substância inata, a natureza inata - svarupa - que atualmente se encontra encoberta pela ignorância, pelo equívoco.

LOUCURA E OCUPAÇÃO RUIM

      Ao Deixar seu próprio doce lar, um louco vagueia pelas ruas e pensa que lhe é imperativo catar pedaços de papel ou trapos, como se esse fosse seu ''negócio''. Trata-se de algo absurdo. Seu cérebro está focado numa tal direção que ele pensa: "Meu dever é catar esses pedaços de papel e cascalho". Desse modo, ele continua assim ocupado. Mas qual é a verdadeira riqueza nata de seu coração? Se ele apenas pudesse lembrar-se de seu lar: do pai, da mãe, dos outros membros da família - de seu doce, doce lar! Mas, devido a loucura, sua consciência está forçosamente focada numa ocupação ruim. Assemelha-se à posição de tantos - filosófos, cientistas, líderes políticos, e outros - que mantém sua consciência focada na direção externa e, nesse mundo externo, estão muito ocupados a "catar". Alguns estão catando pedrinhas, outros, alguns pedaços de trapos ou de papel, mas é assim que eles levam a vida.
      Swami Maharaj (Srila A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada) costumava dizer que "As Nações Unidas , a UNESCO - todos esses compromissos mundiais mais parecem cães latindo. Na verdade, são ainda mais perigosos pois estão cativando as pessoas mais intelectualizadas - mas tem o mesmo valor. Estão moldando sua própria atenção na direção da substância material, que se baseia na ilusão e no equívoco, e eles ainda posam de modo grandioso. Dão tamanha importância a essa coisa material, tal como cães que ladram para possuir algo em particular. Nada mais é do que isso". Foi com grande coragem que Swami Maharaj os contestou. E tal tipo de concepção nos está guiando até nosso prospecto mais elevado.


(N.E.) As letras em negritos neste trecho transcrito do livro original foram introduzidas pelo editor do blog.